Era uma família como outra qualquer. Moravam em uma casa simples, mas nada lhes faltava. O pai era trabalhador, passava o dia fora de casa. A mãe, era dona de casa. Cuidava de todos os afazeres domésticos e das obrigações dos dois filhos. Ambos estudavam, mas não eram muito dedicados aos trabalhos da escola e as tarefas. Mesmo com alguns probleminhas, comuns para uma família, eles viviam em harmonia.
Um certo dia, quando o pai chegou do trabalho, um pouco cansado, percebeu que o portãozinho de madeira que fazia a entrada da casa estava rachado perto da maçaneta. Não dando muita bola para o que viu, entrou. Ao fechar o portãozinho, a madeira se rompeu. O portão não fechava mais. Pensando no que poderia fazer, ele foi até sua pequena oficina caseira e trouxe alguns pedaços de madeira velhos. Remendou a que estava quebrada e pronto. Meio torto, o portão fechou. Então, ele entrou. No outro dia, bem cedo, saiu para mais um dia de trabalho. Seus filhos, sempre que chegavam da escola, iam direto para o computador, para ver as novidades e curtir novos jogos. Alguns dias depois, a luz que iluminava a pequena sala do computador queimou. Como era tarde e os meninos estavam, mais uma vez, atrasados com as tarefas, colocaram uma pequena luminária para tentar suprir a falta de luz e, assim ficou.
Com uma rotina cômoda, a família ia vivendo um dia após o outro. No domingo em que iriam comemorar o aniversário do irmão mais velho, a mãe se dedicou para fazer um almoço especial para a data. Depois do almoço, todos muito felizes e cansados do dia, foram para seus quartos. A mãe, dedicada e fiel ao serviço caseiro, foi até a cozinha para limpar o que ficou da bagunça. Cantarolando, lavava a louça, feliz por tudo o que vivei naquele domingo. Quando estava quase terminando, a torneira em que jorrava uma água quentinha e agradável, queimou. Como ela estava cansada, deixou para consertar a torneira em uma outra oportunidade. Os dias foram passando.
Numa terça-feira de muito sol, enquanto descansava, lendo um livro no sofá à luz do sol, a mãe acabou cochilando. Acordou assustada com o telefone tocando e, ao correr para atender, acabou se enroscando na cortina, rasgando-a na ponta. Rapidamente fez um nó e correu para atender o telefone, com a intenção de colocar uma nova cortina no lugar da rasgada.
Passaram dias, a mesma rotina, os mesmos costumes. Algo começou a ficar estranho naquela casa.O pai era culpado por nunca se preocupar com o portão, que cada vez mais carregava uma madeira velha como remendo. Revoltado com a falta de consideração pela sua pessoa, o pai descontava a raiva nos filhos, dizendo que não eram capazes de trocar a lâmpada da sala do computador. Os filhos, já inquietos com tudo que acontecia, culpavam a mãe por não se preocupar com a cortina que, a exemplo do portão, estava desfigurada de tanto remendo. Pai sentado na sala. Cada filho no seu quarto e a mãe sentada na sua cama. Todos pensativos e murmurando, uns contra os outros. As brigas eram constantes, a falta de paciência era aparente. O pai, que chegava cansado do trabalho, sempre brigava com os filhos que insistiam em ficar no computador. A mãe, já cansada dos afazeres domésticos, brigava com o marido por sentar sujo no sofá, por demorar para tomar banho. Tudo era motivo para gerar uma briga feia.
Passado um tempo, o filho mais novo chegou em casa e viu que sua mãe estava ausente, seu pai estava no trabalho e seu irmão tinha ido no campinho para jogar bola. Sozinho, pensou no que poderia fazer. Ao chegar na sala do computador, resolveu fazer algo diferente. Foi até a modesta dispensa e pegou uma lâmpada. Com muito esforço conseguiu trocar e dar luz a pequena sala do computador. Quando a mãe chegou, viu a sala do computador iluminada. Inspirada com a atitude do filho correu e trocou a cortina, dando uma nova vida para aquele cômodo. O irmão mais velho chegou em casa junto do seu pai. Quando entraram, sentiram que algo estava diferente. Ao perceberem as mudanças, o pai, deixando o cansaço de lado, convidou o filho para arrumar o portão da entrada. A agitação era tanta que os dois construíram um portão novo e mais seguro do que o que existia. Contagiados pela decisão de mudança, pai e filhos foram até a cozinha e, com a ajuda de cada um, arrumaram a torneira que, agora, soltava uma água quentinha.
O sorriso voltou para a família. A mão preparou uma janta maravilhosa e eles voltaram a viver na felicidade em que viviam. A paz voltou a reinar naquela casa. FIM.
por Rodrigo Chacon
O que podemos tirar de ensinamento da história que acabamos de ler?
Muitas vezes, nos acomodamos com pequenas situações e somos vencidos pela preguiça. Se o pai tivesse a atitude de trocar o portão no momento em que ele quebrou, algo poderia ser evitado naquela casa. Se os filhos trocassem a lâmpada no momento em que ela queimou, algumas brigas seriam evitadas. Se a mãe trocasse a cortina no momento em que rasgou, talvez o pai se animasse em ajudá-la a arrumar a torneira da casa. Se cada um faz a sua parte, o final da história é bem mais prazeroso.
Outra maneira de pensar a respeito dessa história é, NÃO ESPERE DOS OUTROS O QUE PODE SER SOLUCIONADO POR VOCÊ. Muitas vezes nós queremos que os outros façam, que os outros mudem, que os outros peçam desculpas, mas esquecemos que temos uma participação em tudo o que nos envolve. Esquecemos que, para concertar muitas coisas em nossa vida, a mudança deve começar dentro de nós. O orgulho nos cega e nos afasta de Deus. Se vencemos o orgulho e assumimos uma posição de vencedores, conseguimos evitar muitos momentos desagradáveis e, com isso, fortalecer nossa vida espiritual e, consequentemente, social.
Pense bem!!
Deus abençoe!!!